sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

26. Crica, meu amigo. Tia Silvinha, meu anjo.

                           

            26. Crica, meu amigo.
             Tia Silvinha, meu anjo.               
                         
Unindo retalhos, filosofando, vivenciamos, sem medo,
 momentos ímpares.






Quando penso em Crica, Vicente Leite, busco definir quem foi ele para nós, os Landim Luna e, principalmente, para mim.
                                 
                                 
Crica, Vicente Leite
Um pai? Não, muito mais. Um amigo? Sim, mas muito mais do que amigo. Um irmão? Parecia que saímos do mesmo útero, mas nosso relacionamento ia alem da fraternidade, do amor filos. Era mais amor ágape, aquele tipo de amor amizade que a tudo excede, que não limita, que extrapola distâncias,que não seleciona, nem discrimina, que aceita com alegria e  rejubila-se em dar-se sem medidas. Tudo perdoa, tudo sabe esperar e desculpar. Assim  Crica e eu nos relacionávamos.                



Desde minha mais tenra idade, esteve presente em minha vida. Nós dois nos adotamos. Nunca o chamei de tio. Tê-lo como tio era muito pouco para mim. Foi sempre  o Crica amado,Vicente, aquele que me aceitava tal qual sou, vendo em mim uma mistura de Aide e Iaci, sua amiga. A mulher que admirava, ouvia, obedecia, acolhia. Sua cunhada mais velha? Não. Muito mais. Muito mais do que uma irmã. Alguém a quem venerava, uma voz ouvida e obedecida por sua esposa Nair, que só a Iaci, se dobrava.


Nosso relacionamento foi crescendo dia após dia. E nunca terminou de crescer.


Quando em fins de Julho de 1957 aceitei o amor do enamorado Francisco Ribeiro Parente, Chico Parente , nosso primeiro encontro se deu em Juazeiro.  Busquei logo saber se meu amigo gostara do moço que almoçara na casa de minha avó, mãe Neném, Bárbara Maciel Landim, e que merendara e jantara em sua casa.


- Parece, Negona, que ele é gente muito boa. Vá devagar. Deixa o tempo correr,  assim verás se realmente,  ele é a pessoa que aparenta ser. Não tenha medo. Mas cuide-se. Não permita que ele te machuque.



                                 
Quando marcamos nosso casamento, Vicente pôs sua casa à nossa disposição. Aceitamos o convite. Armamos um gracioso altar na sala grande de sua casa. Padre Murilo de Sá Barreto nos abençoou. Com Tereza e  Sanderval (Prego),  José Hermano, o amigo maior de Chico Parente, Maria Parente, Fernando Ribeiro Parente, Titia , Vicente, Aécio , padrinhos e testemunhas, unimo-nos. Tornamo-nos um do outro para sempre 
                  
  
                                                                    



> Aride, Rômulo, Ariane,Arilo, Aline, Papai, Marta, Margarida,
Aide, Chico, Aécio e Alira


                                         
                                                              

Nós e a família Landim Leite: Roberto, Edênia, Eliane
com a mão no ombro de Danilo, Tia Nair com Marcones,
Vicente e Elcídia. 
Na garagem> Roberto, Vicente, Sanderval, Fernando,
 Jesus Luna,
 Rômulo e Aécio
Nossas Queridinhas> Mãe Neném e Mãe Anginha.
                                                                         
A Fancisco Ribeiro Parente, Chico Parente, Vicente também acolheu totalmente. Sendo  meu amado, no mínimo, seu amigo querido, filho, passou a ser.




Os fins de semana, acostumamo-nos a passá-los com a família. Dois deles, em Juazeiro. Da casa de titia para a de mãe Neném. Vovó e o novo neto entendiam-se maravilhosamente. Para ela Chico caíra do céu. Contava-lhe as novelas com minúcias. Ele a ouvia abismado com sua prodigiosa memória.


- Nunca vi nem ouvi alguém conversar tão bem como dona Neném. Imagine se essa mulher um curso superior cursasse. Ganharia, sem dúvidas, um  Prêmios Nobel.

- Que exagero! Mas  saiba que minha avó cursou muito mais do que uma faculdade.  Conquistou, com louvor, o premio de saber viver: usufruindo da vida o que de melhor encontrou, descartando, sem lamúrias, as perdas, as podas e, com a  sabedoria  dos rios, contornando os obstáculos.

-Prefiro ficar com o que penso. Tua avó é especial, sem igual.

Vicente convidava-me, quando em sua casa me encontrava, para jogarmos baralho, ou palitos. E a dinheiro. Muito pouco, mas sempre a dinheiro. Eu topava. Ganhava. Ele ria e não aceitava.
                                                                   






- Vamos jogar em uma só partida, todo dinheiro que apostamos? Vamos, nega.



- Esta é boa. Jogamos a tarde toda. Ganhei e você quer, numa só partida, apostar tudo? Aí bicudo!



Sempre acolhia seu pedido e invariavelmente, ele ganhava. Sorria, gargalhava. Nunca ficava com o dinheirinho pouco, e ganho.  Doava-o à criançada que vibrava feliz. E tinha suas manias. Uma delas era a de comprar cargas de coco maduro, convidar-nos para ajudá-lo a fazer um furinho em cada um deles, retirar-lhes toda a água e, preenchê-los com aguardente da melhor qualidade. Tampar-lhes os buraquinhos com cera de abelha e deixá-los num dos cantos de sua espaçosa casa e somente abri-los em dia previamente marcado. Nem sequer gostava de bebidas alcoólicas mas esmerava-se no preparo daquela para agrado dos "sobrinhos" e divertimento seu. 
Titia- Nair Landim Leite
  
Titia, ficava brava com essas suas "arrumações". Ele porém, continuava com suas manias. Nós, sem sombra e dúvidas, divertia-mo-nos em sua companhia. Ele, com os olhos agateados, divertia-se muito mais. Um dos costume seu, e que perdurou por muito tempo, foi o dos passeios extravagantes:


Vamos, nega, tomar banho no Brejo das Freiras?

- Estás louco? É muito distante. Iremos se pernoitarmos por lá.


- Estas ficando muito mufina, menina. Há lugar distante para quem é bom no volante? Deixa a moleza fora dessa história, e acertemos nosso passeio para o próximo domingo.

Sempre cedíamos  a seus "caprichos", como titia os apelidava. 

Saíamos de Juazeiro muito antes de o sol nascer e, mais ou menos as nove horas, já nos deliciávamos nos enxofrados banhos. Regressávamos de modo  a não "pegarmos a noite na estrada", felizes, cantando. O cansaço nunca pode entrar em nossas vidas. E assim, inúmeras vezes fomos à Orós, somente para ver o grande açude sangrando, ou para comer peixe frito.



Vicente gostava, amava, curtia ficar conosco, sua família. Depois que descobriu a Santa Rita, em Barbalha, o trabalho da titia redobrou: galinhas fritas com farofa, bolos, cocadas e um mundaréu de coisas mais, cozinhava, assava, sem contar com o temperar a carne, que  o Crica não dispensava, a ser assada com  o carvão que transportava, transformado em brasa. " Isto é que é vida!  Exclamava debaixo da cachoeira de águas límpidas.






> Roberto e Vicente

- Negona, estás preguiçosa. Não trouxeste tua esteira mas eu a trouxe para ti. Uma moça tão nova, e tão sem coragem! E pensas que não trouxe nosso baralho? Depois da soneca jogaremos umas partidinhas. Com certeza trouxeste alguns trocados. Ganharei de ti e darei o dinheiro ao menino das porteiras e das cancelas.


Indago-me vezes sem conta: será que já nasceu ou nascerá alguém pelo menos parecido com meu querido Crica?
  
Dia desses, conversando com Edênia, minha prima, sua filha, não conseguimos decifrar de onde lhe vinha tanta energia, alegria, bom humor, camaradagem e coragem. Parece-me que aliado a um grande "tino" para o comércio,   Deus o contemplou com inteligência rara, amor à vida, facilidade em   se fazer respeitado e admirado, sem que para isso usasse de subterfúgios. Sua companhia enchia-nos de alegria, de um contentamento que só se sente junto a pessoas especiais. E especial, ele sempre foi. 


Quando de suas "passagens" pelo Buriti, um sítio nosso em Santana do Cariri, comadre Dunda, compadre Pedro, Zé de Ana, Teresinha, Bila, Maria Pretinha e demais pessoas que ali trabalhavam, com ansiedade o esperavam. Recebiam-no e a sua família com alegria, com sorrisos e conversas: “ Seu Vicente chegou cum a famía! Hoje é  um dia grande, diferente, ele vai distribuí dinêro. Vai ganhá da comade no jogo e dá o dinêro, com mais do bolso dele, prá nois. Acontecia , como previam. Agradava a todos com sua presença, simpatia, e cortesia.

Buriti > Aécio, Vicente e titia Nair

Quando eu ainda criança em casa de mãe Neném, titia e as amigas: Lourdinha, filha de Jacaré que tinha uma bodega bem em frente à casa de minha avó, Ozir, filha de dona Sinhá Moreira, vizinha, aparentada e amiga da família, e Ninita,  levavam-me a passear no bosque. 
> Nair, Ozir com suas filhas gêmeas e Lurdinha/Juazeiro.(não consegui fotos da NInita)

                                                                      
                                                                     
O bosque, uma área extensa de terra com alamedas de Fixos Benjamim (Pés de Benjamim).









Um aprazível e arejado lugar afastado do centro da cidade. Chegava-se lá pela rua do Brejo. Bem mais tarde foi loteado e vendido.  Naqueles meu tempo  de encantamento, seu chão de areia branca e grossa, estava sempre coberto por, mais ou menos dois centímetros, de sementes ou minúsculos frutos das plantas, (não sou  minha irmã botânica, Ariane para saber dessas coisas). Carregava comigo, nesses agradabilíssimos passeios, uma cestinha  de vime. Enquanto as quatro amigas conversavam sobre os namorados, eu a enchia   com aquelas “coisinhas” caídas das árvores. Neste momento em que escrevo, sinto a textura maravilhosa, dadivosa, daquele presente que me vinha da natureza. Titia dizia:



- Não sei o que ela acha de tão maravilhoso nessas “porcarias.” Quando em casa chegamos, a tarde é pequena para  brincar com essas coisas. Não a entendo.



Eu a ouvia, mas aprendera a só dar importância a coisas sérias, e para mim, sério mesmo era aqueles “pingos de chuva” como eu apelidara aquilo que das árvores, chovia sobre a areia. As quatro amigas tinham suas paixões secretas. Casaram-se com elas: Rolinha, Crica, Assis, e parece-me que Cicinho. Não me lembro bem se este é  nome do marido da Ninita. Lembro-me bem de sua primeira filha, Cinita.



Na Casa da Bica, Vicente nunca foi. Fez-nos muita falta.



Quando ele e titia  casaram-se, em Barbalha fixaram residência. Sua casa grande tinha o comprimento de um quarteirão. Numa das paredes do quintal, um portão que se abria para o local onde  hoje uma pequena torre sinaliza o marco zero da cidade.


Barbalha, Marco Zero. Século XX.
 Vicente comprou bicicletas e as alugava. Uma festa para os moradores da cidade. Meus irmãos aproveitaram, a valer, daquele negócio. Passeavam sem nada pagar. Papai  proibiu-me terminantemente de nas bicicletas tocar:





-Imagina minha mulher, nossa filha sentada onde uma cambada de urubus põe as bundas sujas. Nunca, nunca mesmo. Estás ouvindo Aide?
  


- Estou sim, meu pai. Mas os urubus não fazem o mesmo nas bicicletas em que meus irmãos passeiam?




-É diferente. Eles são homens. És mulher.



Titia sabedora da oposição de meu pai, não permitia nem mesmo que eu  guardasse  as bicicletas à noite.



- Titia, papai não me proibiu de guardar as bicicletas.



- Vá-se entender teu pai. Se ele sonhar que triscastes nestes trastes, não te deixará mais vir a minha casa. Queres isso? Queres?



- Não titia. Tua casa é tão boa, a gente faz nela o que quiser... Não  há gente entrando e saindo a todo instante.. Podes ficar sossegada, nas bicicletas, jamais tocarei.



Vicente logo percebeu que Barbalha não lhe oferecia oportunidades de crescimento. Mudou-se para Juazeiro. Com sua visão de mundo, tornou-se um dos grandes comerciantes do lugar.



Em outros domingos íamos à Barbalha, á casa da tia Silvinha.



Maria Cidália de Luna, Silvinha



Como era bom! Acolhidos como filhos, sempre fomos. Filhos queridos.  A esta tia devo o grande presente que Deus me reservara, Francisco Ribeiro Parente, e que eu desdenhava. Minha tia chamou-me  e exortou-me:
                                                       
Francisco Ribeiro Parente, Chico Parente.

                                                     
Francisco Parente, Chico Parente/1958




-Estás, minha filha, te fazendo de doce, ou é por falta de juízo que desdenhas o melhor dos rapazes que eu conheço? Não contando com meus filhos, é claro.  Por que não dás a ti mesma uma oportunidade de conhecê-lo melhor? Este rapaz logo que aqui chega pergunta por ti. Quer saber se estás bem, se tens namorado, se continuas  ótima professora como sempre. Pergunta também por tua saúde. Depois vai à tua casa visitar-te. Não dás ao enamorado rapaz, nenhuma oportunidade de   declarar  a ti o seu amor. Estás rindo da sorte. Escuta-me. Ouve o que ele tem a te dizer e depois toma tua decisão. Não é justo contigo mesma nem com ele, o modo  como procedes. 

Francisco Ribeiro Parente, /1956

                                                                               
                                                                         

Chico Parente, 1956/Recife
                                                                        
-Acontece, tia, que não o vejo como meu namorado.



- Não vês porque não queres. Entendeste, com esta tua cabeça dura, que o bom rapaz  não serve para ti. Pois te garanto, sem engano, se a ele uma oportunidade deres,  casar-te-as e serás imensamente feliz. Francisco, minha filha, é um homem maravilhoso. Sabes que o trato como se filho meu fosse. Digo-te mais, estás perdendo tempo e jogando tua felicidade fora. Cuida, menina, para que não venhas a te arrepender quando for tarde demais.



- Ah! Tia minha. Não é fácil assim.



- És teimosa como tua mãe. A Wilma tem algo a dizer-te. Escuta-a primeiro. Depois toma tua decisão. Promete-me que vais pensar no que te falo agora?



- Prometo, tia. Prometo, sim.



E quando seguindo os conselhos de minha sábia e querida tia, ouvi de Francisco Ribeiro Parente a revelação do  seu grande amor por mim, discerni que junto a vovó Neném e a titia uma resposta dar-lhe-ia. Resposta esta jamais  comunicada. Dele enamorei-me logo no primeiro encontro. Fiquei, por algum tempo “com um pé atrás”, ante seu imenso amor. Mas, bem dentro de mim, eu sabia que com aquele rapaz eu casaria.



Aos domingos em Barbalha, com tia Silvinha e Cidália, aproveitávamos para visitar outros parentes. Quase sempre, uma vez por mês, íamos à Missão Velha, à casa de Eaílce e Maragtom.  Somente um domingo passávamos em nossa casa em Crato. Isso quando não tínhamos o Buriti nem a Casa da Bica. Mas mesmo as tendo, nunca ficávamos mais de quinze dias sem visitar, curtir, partilhar nossas vidas com as das pessoas queridas que nos ajudaram a viver felizes nossas vidas.



Nessas visitas constantes, tornamo-nos mensageiros. Noticiávamos todos os acontecimentos da família. 



Nos aniversários da minha tia  Silvinha, 29 de fevereiro, comemorado aos 28, a festa só começava quando nós, Chico Parente eu e família,  “os filhos de moita”, chegavam. Um caderno grande com capa dura e coberta de lona, o caderno das aulas de piano da Silvana, neta da tia, e que se tornara o caderno-livro das festa, era aberto. Nele as letras das músicas que gostávamos, sucediam-se. Cantávamos quase tudo o que o bendito livro-caderno nos oferecia. Dorgival Pinheiro, genro da tia, esposo da Miriam, minha madrinha de apresentar, declamava, dramatizava cenas, poemas... Um encanto, uma alegria, sorrisos, abraços, gritos de incontida felicidade... Wilma, a filha mais extrovertida e por isso mais sábia e muitíssimo querida por todos que a conheciam, cantava “É do Papai”, fazendo gestos... Uma graça... E nós com o caderno-livro cantando, extravasando o amor que nos unia. 



A tia com sua mesa farta, linda, generosa, os olhos verdes de alegria, tudo recebia com seu sábio coração de criança. Tenho saudades dela. Não tenho medo de afirmar que, de todas as sobrinhas fui por ela a mais querida. Honrou-nos com seu amor que nos acompanhou e acompanhará sempre. Perdurará eternamente.


Aide Luna Parente


·          

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 


Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
 

o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao  lado 
do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, 
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado,
 e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 


Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, 

mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
 para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. 



Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, 
mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela 
nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,

apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
 e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...



Carlos Drummond de Andrade


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