sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

29 - Histórias do Buriti, Toinho e a dançarina...



                     1.  Antônio Alcides ,
                   e a dançarina do    Solzinho



Convidados, os novos retalhos acolhiam as normas sem estranhezas. 



Quando se vive em sítios,  aprende-se com seus moradores os costumes e gestos próprios do lugar. No Buriti, nas festas dançantes, havia dois costumes: um balaio era posto bem antes do calçadão, nas proximidades do engenho, e compadre Pedro, nosso administrador, um ser quase sem defeito, com sua voz pacificadora perguntava: "Alguém, por acaso, trouxe alguma faca, peixeira ou canivete? Quem trouxe, por favor, ponha neste balaio e retire quando for embora. Se na festa alguém estiver armado, nunca mais porá os pés neste lugar”. Os de fora, que não conheciam o costume, apressavam-se em depositar suas peixeiras ou outra arma branca no balaio. Compadre Pedro olhava bem nos olhos da pessoa, e depois a chamava para uma conversa. Era a primeira e última vez que alguém portador de armas, participava de nossos folguedos. E fazia tudo tão discretamente que nós, seus patrões, não nos apercebíamos das providências  tomadas. 


Compadre Pedro ( de chapéu)


Nosso compadre zelava para que nada nos ferisse.  E como era patriarca no lugar, a tarefa a que se propôs nunca lhe pesou.  Quem no Buriti chegasse para trabalhar e não fosse seu consanguíneo, apressava-se em tornasse seu compadre. As crianças, filhas dos trabalhadores ou moradores, pediam-lhe a benção e quase todas o chamavam de pai, pai Pedro. Durante todos os anos que tivemos o Buriti, nunca ouvi palavrões, gritos, discussões ou qualquer gesto menos digno, vindo de nosso compadre.
> Chico Tonheiro, Ricardo Luna, Ricardo, Saharh
e Compadre Pedro.


Os moradores nos tratavam como nós os tratávamos: com respeito e amizade. Nossa filhas eram cuidadas por todos. Tinham pais, mães, irmãos e irmãs espalhados pelo lugarejo. Orgulho-me desse povo amigo. Faz-me bem lembrar-me das minhas meninas brincando, cavalgando, repartindo brinquedos, merendas, revistas com os “irmãos” do Buriti. Quando hoje vejo o modo como  relacionam-se com as pessoas, respeitando-as,    tratando-as com dignidade sem levarem em conta a cor da pele, a posição social, o poder aquisitivo,  sei que o mérito cabe ao Buriti, a sua gente que nos ajudou a ensinar-lhes o valor do ser. E com a Graça de Deus aprenderam a lição. As três: Thereza Denise, Rachel e Clarissa são mulheres maravilhosas, íntegras, verdadeiras. Eu as admiro, amo, e respeito.

Outra norma adotada  referia-se á dança. Ninguém que quisesse participar das festas tinha par fixo. As pessoas casadas não fugiam à regra. Bastava tão somente um cavalheiro tocar no ombro de um outro,  para  que este lhe cedesse sua dama. Nunca percebemos ciúmes ou disputas tolas entre aqueles que nos honravam com suas presenças,  em nossas festas. O costume criado pelos moradores,  estendia-se aos nossos demais convidados bem como a nossos irmãos e irmãs. Também músicas com letra de duplo sentido, era vetada. Forró de pé de serra, legítimo, é o que rolava por três dias.


Tomtom,Toim, Antonio Alcides, amava nossas festas. Dançava, e muito bem, sem parar, a noite inteira. Era sempre o primeiro a convidar uma dama para dançar. O último a  recolher-se.

Naquela noite, festejávamos os aniversariantes Chico Parente e Jesus Luna. Toinho viu uma cabocla do Solzinho, elegante, bonita, bem tratada, esguia e ótima dançarina. Encantou-se. Mostrou-a  a sua esposa, Mary Stella, comentando : “Que cabocla para dançar bem é aquela, Mary, eu acho que vou convida-la para dançar”. Mary apenas sorriu e conhecendo o marido, ficou aonde estava: conversando conosco.

Nossa "prosa" estava tão boa, que  nos esquecemos do Tomtom. Quando ríamos de uma boa piada contada pelo Arilo, Toinho chegou meio desconfiado e  dirigindo-se a mim, falou, mais ou menos assim:


- Aide, que moças desconfiadas, tu tens aqui.


- O que houve Toinho? Estas “cabreiro”. Que bicho te picou, Toinho?


- Bicho? Nenhum. Eu fui convidar aquela cabocla dançarina fina. Ela olhou para mim e disse: "tá pensando que eu não te conheço? Eu te conheço seu malandro. Es o sem vergonha que correu atrás de mim, na Exposição do Crato. Quer dançar comigo, quer? Pois fique chupando o dedo, e dê carreira em tua mulher".


Gargalhada Geral.


Toinho nunca esqueceu daquela desfeita da cabocla do Solzinho, e jurou que nunca em sua vida correra atrás de nenhuma donzela na Exposição Agropecuária de Crato. E verdade? Deus sabe...

> Ive, Chico Parente, Ariane e Gustavo
no calçadão da casa do Buriti


>Aristênio, Aide e Iúre no calçadão do Buriti

Iaci, Zé Carlos, Aristênio, Arilo, Aride, Aécio Carla com Ive
no colo, Chico Parente e Alice Maria.
Rachel (criança sentada) Aide, Jesus Luna e Lucia Correia.


> Clarissa, Julinho, Marta e Rachel no tanque- Sítio Buriti.




Seja feliz e ponto...

A idiotice é vital para a felicidade
Gente chata esta quer ser séria, profunda, visceral, sempre.
A vida jé é um caos, por que faremos dela, ainda, por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para horas em que ela é inevitável:             mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de deus, seja idiota! 
Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.
Milhares de casamentos acabaram-se não por falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia,mas pela ausência de idiotice.
Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividir a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não sabe rir quando tropeça?
Ha,ha,ha,ha,ha,ha,ha,ha.
Alguém que sabe resolver uma crise familiar,
mas não tem a menor ideia de como preencher horas livres de um fim de semana?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas.
E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Tudo o que é mais difícil é mais gostoso mas...
A realidade já é dura: piora se for densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto,
tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo,não chorar,não andar descalço, não tomar chuva.
Pule corda! Adultos podem (devem) contar piadas, passear no parque,rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - esse é o único "não" realmente aceitável. 
Teste a teoria. Uma semaninha para começar.
Veja e sinta as coisas com se elas  fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir.
Bom mesmo é ter problemas na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus, confie e espere só NELE e para relaxar
que tal um cafezinho gostoso  agora?

Arnaldo Jabor


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  







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